sábado, 19 de junho de 2010

Memória

  • Amar o perdido
  • deixa confundido
  • este coração.
  • Nada pode o olvido
  • contra o sem sentido
  • apelo do Não.
  • As coisas tangíveis
  • tornam-se insensíveis
  • à palma da mão
  • Mas as coisaso findas
  • muito mais que lindas,
  • essas ficarão.

Ela

Ela Meche com minha cabeça e Ela vem como um vendaval... Quero saciar minha sede milhões de vezes! já mais...

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Mulher

  • Não quero uma mulher Que seja gorda ou magra Ou alta ou baixa Ou isto e aquilo. Não quero uma mulher Mas sim um porto, uma esquina Onde virar a vida e olhá-la De dentro para fora. Não espero uma mulher Mas um barco que me navegue Uma tempestade que me aflija Uma sensualidade que me altere Uma serenidade que me nine. Não sonho uma mulher Mas um grito de prazer Saindo da boca pendurada No rosto emoldurado No corpo que se apoie Nas pernas que me abracem. Não sonho nem espero Nem quero uma mulher Mas exijo aos meus devaneios Que encontrem a única Que quero sonho e espero Não uma, mas ela. E sei onde se esconde E conheço-lhe as senhas Que a definem. O sexo Ardente, a volúpia estridente A carência do espasmo O Amor com o dedo no gatilho. Só quero essa mulher Com todos seus desertos Onde descansar a minha pele Exausta e a minha boca sedenta E a minha vontade faminta E a minha urgência aflita E a minha lágrima austera E a minha ternura eloquente. Sim, essa mulher que me excite Os vinte e nove sentidos A única a saber O que dizer Como fazer Quando parar Onde Esperar. Essa a mulher que espero E não espero Que quero e não quero Essa mulherportoesquina Que desejo e não desejo Que outro a tenha. Que seja alta ou baixa Isto ou aquilo Mas que seja ela Aquela que seja minha E eu seja dela Que seja eu e ela Euela eu lá nela Que sejamos ela. E eu então terei encontrado A mulher que não procuro O barco, a esquina, Você. Sim, você, que espreita Do outro lado da esquina, no cais, A chegada do marinheiro Como quem apenas me espera. Então nos amarraremos sem vergonha À luz dos holofotes dos teus olhos, E procriaremos gritos e gemidos Que iluminarão todas as esquinas. Será o momento de dizer Achei/achamos amei/amamos E por primeira vez vocalizar o Somos, pluralizando-nos Na emoção do encontro. Essa a mulher que não procuro nem espero. Você, viu? Você!
  • Bruno Kampel

Assim penso

"O homem que busca a fama, a riqueza e casos amorosos é como uma criança que lambe o mel na lâmina de uma faca... É como um tolo que carrega uma tocha contra um vento forte, corre o risco de ter o rosto e as mãos queimados."